
Era uma manhã sem sol. Eu fazia nada nos corredores da universidade. Ela passou por mim. Vestia um vestido verde, quase azul, e calçava umas sandálias brancas, mesma cor da pequena bolsa que trazia no ombro esquerdo. Ou direito. Ela passou por mim. Passou leve, como se fosse o vento seu companheiro e nele estivesse o prazer com que caminhava. Ela sorria. Seu nome pouco importa: é um nome comum, e dizê-lo não a torna mais atraente do que naturalmente é. É pequena de tamanho, mas grande de outra dimensão que não sei dar nome. Dizem ser alma, ou espírito. Não sei dessas coisas. Sei apenas que vi uma bela menina, daquelas que só de olhar dá vontade de dizer adeus pra tudo, mandar o mundo ao escambal, sem dizer uma palavra: e é melhor nada dizer, seriam bobagens, amenidades que sempre fazem com que eu me sinta um tonto. A única frase que me parece ter algum sentido, quando a vejo, é "te quero". Te quero... Não é difícil, são duas palavras apenas, mas entre as duas há um mundo de sonhos e de ilusões. Penso aprender, com a magistral experiência adquirida ao longo de 21 longos anos, alguma coisa sobre essas coisas de homem e mulher, para as quais não há professores, sobre as quais nada nos dizem nas escolas ou nas disciplinas tão importantes que nos obrigam a cursar na universidade. Até que, sem mais nem menos, me pegando distraído, ela passa por mim, ela e seu sorriso, apenas para me dizer que eu não sei nada de amor nem de coisa alguma. E se escrevo agora sobre ela, é para não esquecer-me, para que não deixe de dizer, mesmo que ao vento, o que mais tenho vontade: Te quero.
Era uma manhã sem sol. Ela passou por mim, e sorria.
Era uma manhã sem sol. Ela passou por mim, e sorria.
6 comentários:
blogger? achava que não existiam mais blogs no mundo! só o meu e o das pessoas que eu forço a fazer...
bem vindo!
carol
www.carolstos.com/blog
Engraçada essa coisa do querer. Às vezes tão oculta, e outras vezes tão descarada. Pode começar, como você falou, com um sorriso daqueles fáceis, espontâneos, leves. Sorrisos, que, por sinal, costumam competir muito bem com os olhares.
Competem bem, mas perdem.
Manero o blog, Caio.
Gostei dos textos e também das poesias:a sua e as outras.
Continue escrevendo. Filosofar e expor o que se pensa é sempre prazeroso, ainda que, às vezes, angustiante também.
até!
esqueci de colocar meu nome no comentário acima hehehe
Uma enchente juvenil que aquece as noites frias não o torna diferente mas especial. Mesmo que esfrie no final. Adorei ver se expor, é melhor que terapia, ao menos é mais barato. risos...
Abraço
Grandão
Quiu, acabo de ler esse seu texto, com uma mudança de genero obvia e sabe que é muito bom de se dizer??? Daria uma bela performance teatral. Estou com umas ideias... Besitos!
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