Rádio do vovô

Tudo que use o abandono por dentro e por fora

Chuva no quintal


Uma tarde com gosto de chuva e a menina estava no jardim. Fazia nada, como tão bem sabem fazer nada as crianças dessa idade. As primeiras gotas de chuva foram caindo na terra como bolas de gude transparentes. Ploc, ploc, ploc. A irmã mais velha saiu da casa com um guarda-chuva amarelo e cantando Blue Moon, a pequena sorrindo, you saw me standing alone, um cheiro de manga no ar, without a dream in my heart, um raio de sol perdido no espaço, without a love of my own. O pai ouviu a cantoria e largou o livro e correu pra fora e pulou na chuva. E ficaram os três assim, à toa no jardim, três vozes a cantar, pés pra lá e pra cá, um guarda-chuva amarelo na mão, bolas de gude explodindo no chão.

5 comentários:

caiobarretto disse...

É verdade, Virginia, andei um pouco nostálgico, mas passou. Obrigado pela visita. Beijo!

Anônimo disse...

Caião, meu amigo! Estou gostando muito do blog. Keep going. Um abraço do velho Cico.

Anônimo disse...

que imagem gostosa de criar!
depois da chuva chegaria em casa, um friozinho bom, colocaria um boa musica, tomaria um quentinho e ficaria hooras conversando sobre qq coisa !

Caio disse...

Sim, Laura, sobre qq coisa. Sem pressa pra nada, feliz pela conversa, pela chuva, por tudo.

Anônimo disse...

Não sei se foram os textos (li todos eles!), não sei se foi o Bach que tocou enquanto estive aqui, não sei se é a saudade que sinto de vc... Mas isso tudo me fez lembrar de umas coisas muito boas, como a infância e os amigos, e eu vou embora agora mais feliz que quando cheguei. Hehe, engraçado, mas o seu blog tem gosto de manga no fim da tarde. E a tarde é azul. Vc é um presente, Caio!